sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Violência no RJ mata oito vezes mais jovens do que conflito na Palestina

A violência no estado do Rio de Janeiro mata quase oito vezes mais crianças e adolescentes do que a disputa territorial entre Israel e Palestina, no Oriente Médio. São cerca de 450 jovens mortos com armas de fogo a cada ano na Palestina, enquanto que no Rio de Janeiro o número chega a 3.500.

Os dados foram compilados a partir de diversas pesquisas e apresentados pelo antropólogo inglês Luke Dowdney durante o evento "Antídoto: Seminário Internacional de Ações Culturais em Zonas de Conflito.

Dowdney realiza um projeto de inclusão social por meio do boxe no Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), desde 1997. O educador conta que, quando chegou ao Brasil, ficou assustado porque jamais imaginou que em um país que não tem histórico de guerras, houvesse crianças com armas de fogo nas mãos. "Foi a partir daí que decidi utilizar aquilo que sabia para tentar atingir positivamente alguns desses jovens", disse.

Para Dowdney, a afirmação de que a educação sozinha é capaz de mudar esse quadro não é verdadeira. "Há toda uma estrutura falida em nossa sociedade que impede que esses jovens percebam outras formas de vida", criticou. "ONG não ocupa e nem deve ocupar esses papéis. A favela precisa de segurança, feita por uma polícia que traga segurança e não medo para a população".


Segundo ele, é uma distorção dizer que a favela é um problema social. "A marginalização social, a pobreza, a corrupção na polícia, a falta de segurança, a má qualidade da escola são problemas sociais. A favela é conseqüência desse conjunto", ressaltou. "O jovem já desistiu antes de chegar à escola".

Um comentário:

  1. Na verdade a violência no Brasil não será resolvida com uma melhor qualidade de escola, mas sim com uma melhor qualidade e eficácia da educação em si, de forma mais abrangente, precisamos rever nossos currículos, incluir uma educação política, visando também os novos parâmetros do ensino-aprendizagem e transformar as disciplinas em disciplinas de ações práticas, deixar esse ranço puramente teórico sem sentido.
    Portanto, o Brasil não precisa que venha pesquisadores de outros países que não têm nenhum conhecimento real e profundo, não lidam diariamente com tais questões para dizer o que tem o não a fazer.
    Desse modo, é imprescindível tomar como base os brasileiros que tratam e convivem com essas situações, pois toda é qualquer mudança tem que começa de dentro com sujeitos que saibam diretamente as diretrizes que devem ser traçadas.

    ResponderExcluir